QUEM SOU EU

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Aluna da Esc. Est. Francisca Mendes - Eirunepé-AM (Thamirys Lima do Amaral Silva) é classificada na etapa estadual das Olimpíadas de Língua Portuguesa na categoria Crônica e participará na cidade de Curitiba a nível nacional na grande final

TEXTO CLASSIFICADO NA ETAPA ESTADUAL

AUTORA: THAMIRYS LIMA DO AMARAL SILVA


CASTELO BRANCO VIROU FEIRA 

     O que um dia foi uma praça para os namorados, como dizem os mais antigos da cidade, é hoje um ponto de vendas para feirantes, moto-táxis loucos por clientes, estacionamento de bicicletas cargueiras que ficam juntas e a sós num cantinho à beira da rua e à espera de cargas.
     Em frente a antiga Praça Castelo Branco, a feirinha vai aos poucos, sendo engolida pelo barranco que insiste em levar a frente da cidade.    Do outro lado do rio, que por sinal é bem estreito e de águas barrentas, estende-se uma nova comunidade que, olhando daqui posso ver a pequena escola de madeira, uma igrejinha e casas bem humildes que aumentam a cada ano. Eu me pergunto: Será que nossa Eirunepé não ficaria melhor do outro lado do rio?
  Na feirinha, ficam os vendedores despreocupados, porque no interior é assim, tudo muito pacato. Observo a mulher que chega, se aproxima dos jerimuns amontoados sobre a calçada e pergunta:
     Quanto custa?
     Antes que o vendedor pudesse responder, um homem aparentando seus sessenta anos, usando óculos escuros e boné preto interrompe:
     _ Presta não minha filha, esses da casca vermelha eu conheço, já plantei muito, o bom mesmo é esse verdinho rajado, jerimum caboco. Já plantei de muitos tipos, mas esse vermelhinho, só fiquei com ele um ano.
     Não entendo como podem existir pessoas tão intrometidas, que entram a martelo.
     O vendedor tentava falar algo, mas não conseguia, pois os dois não se calavam.
    Olhando para o outro lado da velha praça, a mulher encontrou uma maneira de fugir do desconhecido e fingindo se interessar pelas melancias à venda e espalhadas pelo chão, foi em direção a elas e desta vez o vendedor levou a melhor, pois este era mais esperto que o primeiro.
     E os moto-táxis? Ah, esses estavam sentados num banco pertinho do orelhão, provavelmente à espera da ligação de algum cliente. Quando o telefone tocou, eram uns por cima dos outros, correndo para ver quem atendia primeiro. Um sortudo e rápido atendeu, e adivinha... Era engano! Os outros começaram a rir, não só do que atendeu, como deles próprios.
     É, na praça é assim, todos agem com cumplicidade e ao mesmo tempo muito atentos a tudo, lá tem monotonia, mas também muita concorrência. Quem é mais esperto ganha o freguês.
     E a concorrência pelo cliente continua...
     _ Alguém pode me levar ao Conjunto Beija-flor?






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